Apenas 58 anos é o que tem a jovem cidade de Itacarambi. Essa que se fosse gente nem a melhor idade teria chegado ainda. A verdade é que essa data é considerada por sua emancipação política e administrativa.

Itacarambi fica à margem esquerda do rio São Francisco e a 660 quilômetros de Belo Horizonte, capital estadual de Minas Gerais. A origem do município está no antigo distrito de São João das Missões, de Januária. Ele foi extinto em 1836 e restaurado em 1864. Vinte e seis anos mais tarde, a sede foi transferida para a povoação de Jacaré. Em 1926, o povoado passou a se chamar Itacarambi e, em 1962, a emancipação de Itacarambi o elevou a município.

 

 

 

Na língua do povo

Há que conte a história de um jeito bem mais colorido:

“Existiu naquele tempo um arraial a que os seus poucos habitantes chamavam de Jacarezinho, distante uns cinquenta quilômetros de onde está situada hoje a cidade de Itacarambi, mais para os lados dos gerais. Uma vila se formou à margem esquerda, no alto do barranco onde jacarés tomando sol eram frequentemente avistados pelos ocupantes das embarcações que subiam ou desciam o rio São Francisco. Em Jacaré, naquele tempo, só existiam três ruas. (…)

Os primeiros habitantes dessas terras foram as duas tribos de índios, os Gamela e os Xakriabás, vivendo na aldeia a cinquenta e poucos quilômetros de distância da Sede do Município.

A cidade recebeu este nome [Itacarambi] por se encontrar frente a uma montanha e às margens de um rio, num lugar a que chamavam Itacarambi, em linguajar tupi ‘rio da pedra redonda ou, de outra forma, ‘peixe que nada em volta da pedra’. E foi assim que Jacaré virou Itacarambi”.

O depoimento acima foi prestado por antigos moradores a alunos da 7a. série da Escola Estadual Josefino Barbosa, em Itacarambi, e está disponível no site da Prefeitura do município. 

Para quem nasceu e cresceu aqui

Leidson Nunes, idealizador da RVC, itacarambiense nascido e criado, conta que é muito interessante olhar para trás e ver os espaços da cidade hoje sendo ocupados pela população e turistas, onde curtem a noite, se reúnem no final de semana e nos períodos de férias.

Um deles é “a Praça Coronel Lucilio, que é a praça da Igreja Matriz. Hoje é um dos pontos turísticos da cidade, com os jardins com coreto ali no centro, os bancos com os nomes criativos de ‘banco dos namorados’, ‘banco dos encalorados’, ‘banco dos anões, enfim, essas várias curiosidades. O cais do Água Viva antigamente era o Bar do Água Viva, cujo dono era o Dunga, muito conhecido aqui na cidade. Ali era apenas um porto, onde as lanchas atracavam”.

Hoje o Cais do Água Viva, construído entre o final dos anos 90 e início dos 2000, é uma estrutura com quadra, escadaria, guarda de corpo para observar o Rio São Francisco, além de ter grande carrancas que conta a história rio franciscana, suas lendas e folclore regional. (Saiba mais no post de blog em que damos dicas do que visitar na cidade).

Leidson conta ainda que antes haviam poucos bairros. “Tudo era mato e fazenda, propriedades rurais, daí foram virando urbanas. O Bairro São Francisco, que vai até a beira do rio, era onde a gente ia para fazer trilhas na floresta, com estilingue, caçar passarinho e tal. O bairro Nossa Senhora de Fátima começou com algumas pessoas vindo do território indígena Xacriabá pra morar. Na época inclusive ficou conhecido como ‘Funainha’, por causa dos índios que moravam lá”, lembra.

Muitas mais dessas histórias você fica sabendo pessoalmente, visitando Itacarambi, especialmente com a RVC. Algo enriquecedor de ser guiado por pessoas da região é poder saber mais dessa cultura com profundidade, não é mesmo?

 

Clima festivo

Em comemoração aos 58 anos de Itacarambi, a cidade recebe uma programação cultural cheia de atrações. O local é o Parque de eventos Dário Dourado, no Espaço Cultural Cais do Água Viva, com shows com artistas locais, para todos os artistas apresentarem o seu trabalho, e Festival Kids, voltado para as crianças. Saiba mais:

 

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